Designa-se Campo de Tiro da Força Aérea há 30 anos
O arqº Ricardo Espírito Santo – chefia intermédia de ambiente e planeamento da CMB – fez uma apresentação aos presentes, integrando elementos retirados do PDM do Município e do Relatório Ambiental disponível em https://aeroparticipa.pt/ . O técnico mostrou a área de implantação do novo aeroporto no Campo de Tiro da Força Aérea; falou das boas acessibilidades da infraestrutura na proximidade a Lisboa e aos principais polos logísticos que servem a AML. “ Basta dizer que há acesso privilegiado a cinco autoestradas e proximidade com as Pontes: 25 de abril e Vasco da Gama e com uma eventual terceira travessia do Tejo”.
“O Campo de Tiro tem 7500 hectares, e desde há 30 anos que é Campo de Tiro da Força Aérea”, lembrou o técnico, analisando de seguida uma das questões que, a certa altura, obrigou a Câmara Municipal a tomar posição, quando em 2010 se verificou que a Declaração de Impacto Ambiental deslocava as pistas em 1,5 quilómetros na direção de Santo Estevão, diferente da avaliação de impacto ambiental apresentada pelo LNEC em 2008. Com o atual Relatório da Comissão Técnica está plasmada uma solução que sugere a localização das pistas mais a sul, evitando que milhares de sobreiros possam, eventualmente, vir a ser abatidos. “O afastamento das pistas de Santo Estevão menoriza o ruído, o estudo aponta 45 decibéis, que é algo mínimo, e pode vir a ser menor.
Portugal tem uma centralidade Atlântica e necessita desta infraestrutura
O Engº Carlos Mineiro Aires mencionou que: “com a guerra na Ucrânia, passámos de País Atlântico para País com uma centralidade Atlântica e essa centralidade exige que tenhamos infraestruturas portuárias, rodoviárias e também infraestruturas aeroportuárias, com ligações à ferrovia, o que se prevê. Só isto irá fazer de nós um País moderno”.
O Presidente da Comissão de Acompanhamento informou que o caminho não tem sido fácil, frisando que todo o trabalho tem sido conduzido com a maior independência e transparência. “A Comissão Técnica Independente tem tido uma postura exemplar nesta matéria. É com este espírito de serviço publico, que temos a oportunidade de ficar na história, por resolvemos um problema com 50 anos, obedecendo aos critérios da Comissão Técnica Independente. “Devemos olhar não para hoje nem para amanhã, mas para o longo prazo, o tempo dos nosso filhos e netos”, concluiu.
Comissão Técnica afasta soluções Montijo e Santarém como infraestrutura aeroportuária com Futuro
Na sua apresentação, a Professora Dra. Maria do Rosário Partidário lembrou que a Comissão fez uma avaliação das opções para aumentar a capacidade aeroportuária da Região de Lisboa, e o Campo de Tiro é uma das opções. “Explorámos várias dimensões estratégicas, fundamentalmente o importante foi discutir que tipo de aeroporto queremos e como vai ajudar a contribuir para o desenvolvimento do Pais.”
Frisou que o Montijo não é solução de futuro porque não tem capacidade de expansão e Santarém por razões aeronáuticas não poderá ser solução única.
No final da sessão, muitos dos presentes na plateia colocaram questões que foram respondidas pelo Presidente da Câmara Municipal, pelo Presidente da Comissão de Avaliação e Coordenadora da Comissão Técnica Independente.
A decisão final da localização do novo aeroporto de Lisboa cabe ao novo Governo.